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2012 - Livro Vermelho 2013

Ranunculus flagelliformis Sm. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 06-08-2012

Criterio:

Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Ranunculus flagelliformis é uma espécie herbácea hidrófila ou aquática ocorrente em ambientes de Mata Atlântica e Cerrado nos estados doParaná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, entre 930-1700m de altitude. A espécie possui uma extensão de ocorrência de 496.105km². Apesar de ocorrer em ambientes com pressão de degradação a espécie possui ampla distribuição, é abundante e está presente em áreas protegidas. Desta forma, Ranunculus flagelliformis é menos preocupante (LC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Ranunculus flagelliformis Sm.;

Família: Ranunculaceae

Sinônimos:

  • > Ranunculus flagelliformis var. major ;
  • > Ranunculus flagelliformis var. minor ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Rees, Cycl. XXIX. n. 13.

Distribuição

Ocorre no Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo (Sakuragui; Krauss, 2009; CNCFlora 2012); entre 930-1700m de altitude (CNCFlora, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, aquáticas, submersas, fixas ou flutuantes (CNCFlora, 2012); emergente ou paludícola (Rolon et al., 2011).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional do Itatiaia, no Estado do Rio de Janeiro e Parque Nacional da Serra da Bocaina, em São Paulo (CNCFlora, 2012).

Referências

- SAKURAGUI, C.M.; KRAUSS, N.P.S. Ranunculus flagelliformis in Ranunculus (Ranunculaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB013819>.

- OLIVEIRA, C.T. Ranunculaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.446-447, 2009.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- ROLON, A.S.; ROCHA, D.; MALTCHIK, L. Diversidade de macrófitas aquáticas do Parque Nacional Lagoa do Peixe., Neotropical Biology and Conservation, São Leopoldo, p.5-12, 2011.

- CERVI, A.S.; BONA, C.; MOÇO, M.C.C.; VON LISINGEN, L. Macrófitas aquáticas do Município de General Carneiro, Paraná, Brasil., Biota Neotropica, p.215-222, 2009.

Como citar

CNCFlora. Ranunculus flagelliformis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Ranunculus flagelliformis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 06/08/2012 - 19:39:53